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Estudante jalesense de biologia faz enfeites com plástico retirado das praias do litoral paulista


Um estudante jalesense de biologia da UNESP de São Vicente, no litoral paulista,

está transformando tampinhas, frascos e outros produtos de plástico em enfeites de

geladeira, chaveiros, crucifixos e suportes.


A iniciativa partiu da percepção de que havia uma quantidade enorme de material

plástico que era jogado na rua e na areia da praia, causando sério dano ambiental e

colocando a vida dos animais marinhos em risco. Quase todo esse material fica no

meio ambiente ou vai para os lixões, causando ainda mais problemas.



“É um problema silencioso que vai aumentando a cada dia. Precisamos lembrar que o primeiro plástico de verdade foi feito em 1907 e, se não foi reciclado, ainda pode estar por aí porque demora mais ou menos 150 anos para se decompor”, alerta.

Foi então que o jovem estudante passou a recolher o material nas ruas e calçadas e,

sobretudo, na praia. Com milhares de tampinhas de garrafas de refrigerante, água

mineral e frascos, o estudante comprou um forno, uma retífica e outras ferramentas e

montou uma pequena oficina no próprio apartamento.

Gabriel Prado, que cursa biologia marinha da UNESP – CLP (Campos Litoral

Paulista), diz que o material derretido possui um bom nível de manipulação e permite

fazer praticamente qualquer formato. Grande ou pequeno. São corações, arraias,

crucifixos, peixes, tubarões e muitos outros modelos que já formam um acervo de

mais de mil peças, retirando do meio ambiente, milhares de tampinhas e outros

produtos de plástico.



“É urgente retirar todo este resíduo da natureza, porque ele não estava alí, fomos nós, seres humanos, que jogamos e deixamos lá, como se ele fosse desaparecer num passe de mágica. E não é assim. Precisamos parar de jogar e precisamos retirar o que já foi jogado”.

O projeto é aumentar o porte da manufatura para fazer objetos maiores, como vasos

de plantas, caixas, bancos e porta-retratos, recolhendo ainda mais objetos de plástico

do meio ambiente. O próprio nome “plástico” é baseado no termo grego “plastikos”

que significa "capaz de ser modelado ou moldado".

Num prazo um pouco maior, Gabriel pretende aumentar a produção até que seja

suficiente para gerar renda para catadores independentes e pessoas em situação de

rua.



Recentemente, Gabriel criou um perfil no Instagram onde expõe algumas peças e

onde pretende publicar vídeos para mostrar o processo de reciclagem, transformando

o plástico em objetos úteis. Quem quiser ver é só visitar o perfil @CREARE.07 em

alusão ao ano em que o plástico foi inventado.

TRAGÉDIA DE GRANDES PROPORÇÕES

Estima-se que 9,2 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas entre 1950 e

2017. Mais da metade desse plástico foi produzido desde 2004. Em 2020, 400

milhões de toneladas de plástico foram produzidas. Se as tendências globais na

demanda de plástico continuarem, estima-se que até 2050 a produção anual global de

plástico chegará a mais de 1,1 bilhão de toneladas. De todo o plástico descartado até

agora, cerca de 14% foi incinerado e menos de 10% foi reciclado.

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