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Assassino de motorista jalesense é condenado a 30 anos de reclusão



Lavrador de 19 anos agiu com “maldade pura e vontade de matar, sem qualquer arrependimento”. Além disso, premeditou o crime porque já conhecia a vítima



O juiz Vinícius Castrequini Bufulin, da 4º Vara Criminal de Fernandópolis, condenou o lavrador Jovanilson Soares de Nogueira, de 19 anos, a 30 anos de reclusão e 15 dias/multa pelo assassinato cruel da motorista jalesense Luciana Cordioli. A sentença foi proferida durante audiência virtual no último dia 10 de fevereiro. O julgamento aconteceu em prazo considerado curto para os padrões da justiça (menos de dois meses depois do crime), bem como curta também é a sentença (três páginas), mas a pena alcança o período máximo permitido pela legislação brasileira.

A pena base deve ser estabelecida substancialmente acima do mínimo legal em razão das circunstâncias do crime e culpabilidade incomum, por ter havido premeditação e escolha de vítima que já o conhecia, havendo, assim, empatia entre o agente e a vítima alvejada, algo que deveria levar a conduta diametralmente oposta. Maldade pura de quem revelou, na presente data não ter qualquer arrependimento de ter desferido 71 golpes de faca, com intensa vontade de matar. Está presente a agravante da dissimulação e surpresa, porque o réu, que se armara para assaltar, dissimulou ter contratado serviço da vítima, posicionou-se atrás desta para facilitar a rendição com ataque de surpresa”, afirmou o juiz na sentença.

O magistrado rechaçou a versão da defesa de que o assassino tenha atacado a vítima para se defender de agressões que ela teria cometido contra ele. Por outro lado, acatou a tese de que o crime tenha sido premeditado, já que o criminoso teria usado a confiança conquista em outras corridas para convencê-la a fazer uma corrida de longa distância sem levantar suspeitas.

Luciana Cordioli homicídio Jales Notícias
Momento em que o corpo de Lucian foi encontrado num local ermo em Fernandópolis

"A materialidade e a autoria dos fatos estão comprovadas, inicialmente, com o auto de prisão em flagrante, auto de exibição e apreensão do celular da vítima e do veículo subtraído, laudo de exame no local do encontro do veículo e no próprio veículo, laudo de exame do local onde o aparelho celular da vítima foi encontrado e laudo de exame nescroscópico do corpo da vítima, a revelar a gravidade e intensidade dos golpes de faca que foram desferidos para se obter a morte da vítima. Ainda, as conversas encontradas no aplicativo de mensagem existente no aparelho celular da vítima permite apurar que o criminoso se valeu do serviço de taxista prestado pela vítima, solicitando esses préstimos, a permitir o acesso ao veículo sem outras testemunhas. Fica fácil concluir que o réu premeditou o crime, armou-se e aproveitou do contato prévio que tinha com a vítima para conseguir uma viagem por rodovia sem que houvesse receio”, escreveu.


Luciana Cordioli Jovanilson Soares Jales Notícias Urânia
Mãe de dois filhos, Luciana foi assassinada covardemente com 71 facadas enquanto trabalhava de motorista de aplicativo

RÉU DISSE QUE FOI ATACADO PRIMEIRO

Apesar da crueldade do crime e da frieza do assassino, que desferiu 71 facadas nas pernas, tronco, peito e rosto da vítima enquanto o carro ainda estava em movimento, surpreendendo a motorista e dificultando a sua defesa, os advogados de Jovanilson requereram a sua absolvição, alegando que ele apenas se defendeu porque teria sido a vítima que o atacou primeiro. “Em Juízo, o réu apresentou versão fantasiosa, aduzindo que a vítima ‘implicou’ com sua cor, com sua vida de ‘cigano’, com o fato de estar sujo, xingando-o e, em seguida, arranhou-o. Com o início do conflito, ainda de acordo com o réu, a vítima ‘jogou o carro para o acostamento’ e se armou com uma faca, desferindo um golpe no pescoço do réu, que, nesse cenário, teve de usar a faca que trazia consigo para reagir e acabou matando a vítima. A histórica é incrível; dizer que os policiais forçaram a confissão é tão incrível quanto porque o réu foi conduzido como vítima à Delegacia de Polícia”, ressaltou o juiz.

Jovanilson era morador de Urânia e está preso em uma penitenciária de Andradina, onde deve permanecer inicialmente.

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